Pesquisa personalizada

terça-feira, 21 de março de 2006

BoJ e o fim do Quantitative Easing

MV=PQ *
Durante os anos 80 generalizou-se a ideia de que V era constante.
Em meados dos anos 90, o Japão demonstrou que tal não era verdade; a V varia e fá-lo de modo particular quando estamos perante cenários de deflação.

Ora esta (recente) constatação, obrigou o BoJ a alterar a sua forma de intervenção na economia. Com a V a cair (com deflação esperamos sempre que os preços caiam ainda mais para consumirmos), a autoridade monetário teve obrigatoriamente que compensar esta variável, sob pena de comprometer o crescimento (nominal) do PIB. O BoJ aprendeu isto em 2002-2003 (sete a oito anos tarde demais **).

Qual foi então essa reacção?
Comprou em massa Obrigações de Tesouro japonesas pressionando as yields (em 2003 as yields das OT´s japonesas a 10 anos caíram em 18 meses 1,75% para 0.50 pontos base), melhorando assim o saldo das contas do BoJ. Esta política ficou conhecida por Quantitative Easing e era na prática uma forma de manipular o mercado interno de OT´s de longo prazo.

Agora espera-se que as taxas regressem a valores normais. O problema agora é definir os valores para essa normalidade.

A decisão de acabar com o Quantitative Easing japonês foi um marco histórico com repercussões muito importantes para a economia mundial.

* Irving Fischer em 1930 dizia que a quantidade de dinheiro disponibilizada pelo banco central (M) quando multiplicada pela velocidade de circulação do dinheiro (V) era igual ao produto dos preços (P) pelas respectivas quantidades (Q), por outras palavras o PIB (nominal).
** Mais vale tarde que nunca!

Sem comentários: